Grupos a Participar
Enredos
Disponíveis no dia do desfile
Enredo - Cruzeiros do Norte
FAROL DO ATLÂNTICO
BRILHANTE DE MIL LUZES
Uma justificativa em primeira pessoa, na voz do carnavalesco Fernando Morais (Noia).
Essa é uma das minhas ideias que tenho na gaveta há muitos anos. Normalmente, quando tenho uma ideia, vou cozinhando-a na minha cabeça, deixando-a guardada num canto. Essa do “farol do Atlântico, brilhante de mil luzes” já existia. Simplesmente vim amadurecê-la depois da Quarta-feira de Cinzas do Carnaval de 2024.
É um enredo com um fio condutor próprio e um desenvolvimento característico, daí que o vamos apresentar no Sambódromo, no dia 4 de março de 2025. Será somente o lado positivo relacionado com a nossa existência, o que nos caracteriza e nos representa como nação. Não vamos falar da escravatura, da luta armada, nem da seca e/ou da fome. Vamos abordar o lado positivo, sobre coisas boas que importamos de outras nações, de outras culturas e de como somos capazes de transformar e exportar, como se fosse, originalmente, nosso.
Apesar de ser uma ideia minha, é um enredo que tem várias contribuições de outras pessoas do Grupo Carnavalesco Cruzeiros do Norte, permitindo assim o seu enriquecimento. Sendo um enredo sobre Cabo Verde, é natural que outras pessoas deem o seu contributo.
O enredo será desenvolvido como se fosse pensado por um poeta cabo-verdiano, que poderá ser ou não Jorge Barbosa, imaginando e fantasiando. Sentado, calmamente, escrevendo uma “ópera que será apresentada em quatro atos” (mas sem dramatização), ao céu aberto, no maior espetáculo de Cabo Verde, que é o Carnaval. No seu imaginário, ele irá viajar num mundo de fantasias, onde imagina como Deus terá formado o “farol do Atlântico”, nesse caso, as ilhas e ilhéus, os grãozinhos de terra espalhados no oceano Atlântico, passando pela chegada dos navegadores que encontraram somente praias, areia, terra, rocha, pássaros e peixes no mar.
Nos segundo e terceiro momentos, ele imagina a chegada de outros povos de outros países e continentes, com os seus hábitos, costumes e culturas. E, no final, a exportação daquilo que é nosso para o mundo. A nós cabe colocar no desfile tudo aquilo imaginado e fantasiado pelo poeta, exatamente como ele vai escrevendo nos quatro atos desta ópera, deste espetáculo a céu aberto.
A ideia está implícita, porque, quando dizemos “Farol do Atlântico”, estamos a citar Cabo Verde, que se encontra no oceano Atlântico. “Brilhante de Mil Luzes” significa que cada uma daquelas mil luzes representa as nossas gentes, os nossos hábitos e costumes, desde o social, económico, político, cultural, musical, literário, gastronómico, língua e dialetos, artes e antropologia cabo-verdiana, ou seja, tudo aquilo que importamos no passado e que hoje exportamos. Daí podemos afirmar que Cabo Verde é um “Farol do Atlântico, Brilhante de Mil Luzes”. Esse é o título do nosso enredo.
Enredo - Estrela do Mar
I LOVE TERRA
JUSTIFICATIVA do enredo
É carnaval, mas o assunto é sério, muito sério:
89 segundos para a Meia-Noite é a marca atual do Relógio do Apocalipse.
(Para quem não sabe, esse relógio simbólico é atualizado anualmente por um grupo de 18 cientistas americanos. Quanto mais próximo das zero horas, maior a iminência de uma catástrofe global.)
Segundo esses cientistas, desde sua criação em 1947, o Relógio do Juízo Final nunca esteve tão próximo da hecatombe global. A diferença agora é que, além do perigo reacendido de uma guerra nuclear e dos desafios trazidos pela Inteligência Artificial, a principal ameaça que mantém os ponteiros do relógio a apenas 89 segundos da hora zero é o risco de um cataclismo global causado pelo aquecimento excessivo da Terra.
Nosso planeta azul, um equilíbrio milagroso dos elementos terra, fogo, ar e água, está numa escalada catastrófica devido ao aquecimento global. Esse fenômeno é impulsionado pela ganância e sede de poder da humanidade, que destrói sua própria casa. As consequências dessa destruição desenfreada são vistas diariamente nos noticiários: cheias, furacões, deslizamentos de terra, incêndios florestais, tsunamis, terremotos, secas extremas, frios glaciais, pragas, epidemias, extinção de espécies, desertificação e efeito estufa crescente. Como resultado, surgem cada vez mais conflitos ao redor do mundo.
Diante desse cenário, o Grupo Carnavalesco Estrela do Mar, cujo nome em latim, Stella Maris, simboliza cura e renovação, convoca para 2025 uma manifestação autêutica de cor, ritmo e folia. Vamos denunciar aquilo que o Papa Francisco chamou de “o grande pecado contra a criação” e nos solidarizar com todos que lutam pela defesa do planeta.
As sete trombetas do Apocalipse já podem ser vistas na forma de:
Poluentes;
Queimadas e desmatamento;
Lixo a céu aberto;
Gases de efeito estufa (PFC e CFC);
Poluição marinha;
Pecuária insustentável;
“Betonização” sem planificação do planeta.
Muitos dizem que o aquecimento global é uma profecia bíblica e um sinal do fim dos tempos. Entretanto, enquanto os líderes mundiais falham em agir, o Estrela do Mar sente-se compelido a usar a passarela do samba para clamar pela preservação urgente do planeta. Sambaremos e cantaremos em coro:
Oi Terra, oi erra Bôs fitch é pecador, Nô sabe k’es fazeb gurerra, Ma please, dás Bô colo d’perdão e amor.
Terra, nôs verde pomar Abri ala dxa passa oli Estrela do Mar.
Ja ta bom d agredi atmosfera Oh mnins ess cosa é dvera.
Vamos juntar a nossa voz à do Papa Francisco, dos ecologistas e de todos os cidadãos do mundo, dando um alerta geral: somos a última geração que ainda pode fazer algo. Se não agirmos agora, amanhã será tarde demais!
A mascote da nossa manifestação será um bebê urso polar, que, devido ao degelo ártico, perdeu sua casa e atravessou o oceano flutuando num pedaço de iceberg, chegando à Baía do Porto Grande em pleno carnaval. Pura fantasia? Infelizmente, não. Estudos indicam que a fusão da calota polar ártica está ocorrendo mais rapidamente do que o previsto. Se o aquecimento global continuar descontrolado, já em 2030 podemos presenciar o primeiro verão sem gelo no Ártico, com consequências devastadoras para o planeta: elevação do nível dos oceanos, alterações climáticas, catástrofes naturais e aumento da liberação de gases de efeito estufa.
Em Cabo Verde, os impactos já são visíveis: seca acentuada, “pó di terra”, aumento do nível do mar e infiltração da água salgada nos poços e terras de cultivo. Se não controlarmos o aquecimento global, o impacto social e econômico será devastador para os nossos camponeses e pescadores. Imagine se a cavala migrar das nossas águas para escapar das temperaturas elevadas antes mesmo de ser pescada!
Há quem pense que as mudanças climáticas são um problema para os ricos e os políticos. Mas, como disse o Papa Francisco, “os países pobres serão os mais afetados pelo aquecimento global”. Cabo Verde, sendo um arquipélago frágil, tem população concentrada no litoral, sob risco iminente de submersão. Nenhum cabo-verdiano consciente pode ignorar essa realidade. E que melhor lugar para conscientizar as massas do que a passarela do samba?
Por isso, o Estrela do Mar ergue sua voz para alertar a humanidade sobre a necessidade de mudança urgente em nossos comportamentos, desde a produção de energia até o consumo. Vamos explicar, de forma alegórica, o famoso efeito borboleta do caos: “borboletas batendo asas na Cochinchina podem provocar um furacão do outro lado do mundo”. Quem diria que o metano dos “puns” das vacas poderia afetar a camada de ozônio?
Sabemos que ainda há céticos, mas uma coisa é certa: se a humanidade não parar de agredir a natureza, ela se voltará contra nós e nos aniquilará.
Assim, o Estrela do Mar pede perdoào à Mãe-Terra e, neste carnaval, exige um ponto final nas causas do aquecimento global. Com o apoio de Frozen, a Rainha do Gelo, educaremos nossas crianças para que ensinem seus pais que pequenos gestos, como reciclagem e consumo consciente, podem salvar nossa Casa Comum.
Nosso samba-enredo será um grito de luta pelo Estrela do Mar e por um planeta são. Rumo à vitória no Carnaval 2025!
Assim seja!
Enredo - Flores do Mindelo
UM SONHO, UM DEJO – UMA
VIAGEM DA ÁFRICA PARA A
AMAZONAS
APRESENTAÇÃO ENREDO
“Tudo começa com um sonho, um sonho movido por um desejo da presidente do grupo Flores do Mindelo em fazer uma viagem de África a Amazónia. Com a Ilustração de Bitu Alves que dá forma a esta imaginação, os guerreiros mandingas africanos partem nessa aventura enfrentando um mar tempestuoso com ondas gigantes e ao longo da viagem conseguem avistar um jequitibá chegando assim em segurança ao seu destino. Na entrada da floresta ficam maravilhados com a paisagem tropical, os animais selvagens, os rios, mas de repente aparece uma guerreira indígena que desesperada os pede ajuda para expulsar um grupo de exploradores que querem destruir a floresta.
O objetivo dos guerreiros mandingas africanos era inicialmente conhecer a fauna, a flora e as lendas tais como a da cobra gigante, a Boiuna Amazônica que habita no fundo dos rios, a sereia Iara, o Curupira guardião das florestas e dos animais, os bravos guerreiros Uaiás, Pirarucu, o índio de coração perverso, Paje, Ianomâmi, para assim criar laços entre os dois povos. Mas essa outra missão surge, precisavam juntar forças com as guerreiras indígenas para expulsarem os exploradores da floresta. Os guerreiros de África, ao entrarem mais a fundo na floresta com as guerreiras indígenas puderam observar a violência contra a natureza, como o desmatamento para obter lucro financeiro, bem como o aumento drástico do garimpo ilegal que é a prática de explorar a terra em busca de suas riquezas, poluindo rios, destruindo terras, os povos e os animais.
Esta perseguição histórica aos povos indígenas culminou num processo de colonização que apagou muitas histórias e etnias, deixando para trás as vozes de gerações ancestrais. Será que os guerreiros mandingas africanos e as guerreiras indígenas vão conseguir unir forças e expulsar os exploradores dessas terras? O grupo decidiu contar essa estória desfilando com uma comissão de frente, nove alas, três carros alegóricos, trio e bateria, mostrando assim a união entre dois povos, duas culturas que são tão diferentes, mas ao mesmo tempo tão iguais.”
Enredo - Monte Sossego
TERRA D INDÍNDIO EM FESTA –
CELEBRAÇÃO AO BAIRRO QUE
GEROU UMA NAÇÃO
SINOPSE ENREDO 2025
Somos a soma de todas as pessoas que encontramos ao longo da vida.
Gente que cruza o nosso caminho todos os dias, que passa uma única vez, que passa várias vezes, que nunca passa porque fica.
Gente que nos ensina que as nossas decepções devem ser medidas em milímetros e que as nossas alegrias devem pavimentar milhares de quilômetros na estrada da vida.
Gente que nos inspira e emociona com as suas atitudes e vontade de vencer, que, pelo exemplo, catalisa os nossos melhores sentimentos humanos.
Gente que carrega, em segredo, a essência do que somos, que enche os nossos corações de esperança quando o caminho parece árido e incerto.
Gente que marca a nossa existência de forma indelével, que nos inspira a escrever as palavras mais bonitas da nossa biografia.
Gente que faz parte do bordado da nossa alma e que engrandece a nossa história!
Sim, história… um dos maiores patrimônios desta Agremiação.
Por isso, atenção a esta aqui…
Estória, estória,
Era uma vez…
Um grupo de crianças que, brincando numa rua, começou a imaginar-se como um bloco de Carnaval. Vinte delas equiparam-se com latas de leite usadas e prontificaram-se a ser a grande bateria do grupo. Uma “padiola”, normalmente usada em obras, com algumas fitas e enfeites, transformou-se na grande alegoria do desfile. Com a princesa no topo da alegoria, os obstinados seguiram rua abaixo, vestidos de sonhos e de uma alegria inebriante.
O que era para terminar duas ruas depois foi crescendo a cada esquina, e, quando se deram conta, já desfilavam no centro da grande cidade, com uma multidão atrás, festejando e brincando o Carnaval como se de um grupo oficial se tratasse.
Essa brincadeira aconteceu há exatamente 40 anos, duas ruas acima daqui, na Rua 3.
A bateria de latas de leite usadas por 20 crianças hoje ultrapassa 250 integrantes, tornando-se a maior bateria do Carnaval.
A “padiola” desse grupo hoje chega a medir 16 metros, tornando-se uma das maiores alegorias feitas em Cabo Verde.
Os 50 integrantes iniciais hoje ultrapassam os 1.300 e, em alguns anos, chegaram a ser 2.000 foliões – o maior grupo a desfilar no nosso Carnaval.
Há 40 anos estamos nessa brincadeira. Embora tenha se tornado algo muito sério, continuou a crescer porque ainda é, acima de tudo, uma brincadeira – o início de uma jornada memorável que conquistaria uma nação.
É hora de rever o percurso que trilhamos até aqui.
Onde existe medo, jamais existirão sonhos realizados. “Por isso, nó ka tem med!” Arriscar é preciso! Mas sonhar é indispensável.
Einstein disse:
“Não existem sonhos impossíveis para aqueles que realmente acreditam que o poder realizador reside no interior de cada ser humano. Sempre que alguém descobre esse poder, algo antes considerado impossível torna-se realidade.”
Boa noite, Tricampeões!
Hoje estamos de parabéns!
Esta agremiação celebra quatro décadas vivendo este sonho através de todos que nele acreditaram.
Os nossos corações já estão no sonho realizado.
Só estamos indo buscá-lo.
A palavra-chave do momento é Reconhecimento e Gratidão.
Reconhecimento por tudo o que nos trouxe até aqui e, principalmente, ao local, ao palco, à nossa terra sagrada.
Hoje, a nossa GRÊS carrega orgulhosamente o seu nome por onde quer que vá:
O nosso “Oga” MONTE SOSSEGO.
Nome de guerra: TERRA D’ÍNDIO.
SIM… “TERRA D’ÍNDIO D’CERTEZA”, assim gritava orgulhosamente a nossa gente, quando outros tentavam menosprezar-nos chamando-nos de “TERRA D’ÍNDIO”.
Zombavam porque viam essa terra vermelha agarrada às nossas canelas, mas fizemos questão de mostrar-lhes que essa terra também estava grudada nos nossos corações.
“TERRA D’ÍNDIO D’CERTEZA!” Todos que vivem ou já viveram aqui sabem o orgulho de gritar essas palavras.
Terra de MA NHANA, BETONA, BLADA e DJÓ TEORIA.
Essa tribo conhece a força de suas gentes! Afinal, não seriam eles filhos das tropas de “BITIM”, que já fizeram muitos engolirem essa poeira? Nunca trouxemos desaforos para casa. E, afinal, “Nhô Gregor k’é mau”…
O respeito aqui sempre foi senhor! Nhô Ricardo e Djô Pereira certificavam-se de manter o cachimbo da paz aceso, mas nem por isso deixávamos de imperar sobre as festas mindelenses na periferia. Se o salão de baile de “Jom Russo” falasse…
COVA,
COVADA,
OLT D’BOMBA,
CAVOC BRUMÊDJE,
COMP BITIM,
CURRAL D’BOI,
COVADA,
OLT D’CASA D’AGA,
AVENIDA HOLANDA,
BAIRRO,
FUNDO NOVA MOÇA,
RUA 1, RUA 2, RUA 3… AS RUAS,
TRÁS CEMITÉRIO…
Não importa em que parte do bairro a diversão e a criatividade criaram canelas vermelhas. Se a multidão não estivesse jogando “Rudiada Pau”, estaria assistindo às grandes partidas de futebol do Boratxa, Conjunto Quinze, Águias do Alto ou do Ajax. Outros passavam pelas célebres tocatinas ou assistiam a uma peça de teatro do grupo “Ganha Pók Vive Bem”.
Uma vivência cultural que impregnava pelos poros de quem passava. O dia nunca era o mesmo depois de esbarrar em figuras como Broda, Beja, Ti Aice, Nhé Merci, Rui Iblas, Djoca… um por um, deixaram a sua marca indelével em cada um de nós.
Mesmo diante das intempéries, aprendemos a ser resilientes, verdadeiros índios, um clã filho de guerreiros da vida como Jom Friner, Nhô Gregor, Nhô Biluca, Jom Lizardo… a lista é enorme.
Afinal, esse chão sagrado é fértil!
Ao longo das trilhas, cada curva do caminho, cada subida desafiadora e cada panorama que se abriu diante dos nossos olhos ensinaram-nos valiosas lições sobre persistência, resiliência e a importância de apreciar as pequenas coisas.
A cada passo que damos numa trilha, descobrimos muitas respostas sobre nós mesmos.
A história é a emulação do tempo, o repositório dos fatos, a testemunha do passado, o exemplo do presente, a advertência do futuro.
É hora de ver o percurso que trilhamos até aqui.
Apesar de tantos desafios, essa gente, a nossa gente, a brava gente de MontSú, aprendeu a ser feliz. Foi e é capaz de transformar pequenos momentos de alegria em grandes eventos que descem a ladeira, invadem a cidade e abraçam o mundo com a euforia de um intenso Carnaval.
E se o nosso bairro tanto fez pela nossa agremiação, chegou o momento de a nossa Escola retribuir, através do que sabe fazer de melhor: brincar e levar a festa ao mundo.
Por estas e milhares de outras razões, senhores e senhoras, o próximo enredo do Grupo Carnavalesco Monte Sossego é…
Enredo - Samba Tropical
AS FILHAS DE ISIS NO BERÇO DA
VIDA
Como um colar de pérolas sutilmente colocado no colo da lutadora mulher africana assim o grupo Vindos do Oriente fará seu desfile para o Carnaval 2025. Afastado dos desfiles desde o início da pandemia de 2020, o grupo retorna para a Rua de Lisboa com toda força e energia, desta feita inspirado na figura da Mulher africana, principalmente na Luta da Mulher de Cabo Verde, que tal e qual o continente sofre os preconceitos e violência, fruto da incompreensão humana e da falta de empatia.
Um desfile de carnaval é uma obra artística popular, e como tal utiliza-se da sensibilidade artística para produzir seus espetáculos, trabalhando temas até agressivos da forma mais poética possível. Sendo assim, o grupo reveste os seus sentimentos da sensibilidade típica da mulher cabo-verdiana para expressar a sua visão crítica, mas ao mesmo tempo povoar de esperanças o que ainda é sofrido.
A nossa mensagem será de encorajamento, de estimulo. Nesta caminhada as dez ilhas do país comporão uma joia, que servirá como um sofisticado presente, cada pérola com seu jeito, com sua cultura, formando um mosaico colorido de como acontece a vida nestas paragens atlânticas.
Sabemos do sacrifício que é ser mulher, não somente em África. Numa sociedade machista a figura feminina sempre foi alvo de discriminação, sendo desvalorizada ao extremo, foram sendo criadas barreiras profissionais e humanas para que as mulheres atinjam de fato um mínimo de equilíbrio no reconhecimento do seu leque de valores, desde a mãe até as mulheres que galgam postos de poder. Apesar disso elas atuam brava e determinadamente, mas com a diferença de um coração carinhoso, um coração firme mais maternal, que busca tratar a todos, filhos ou não como iguais, merecedores de atenção e de reconhecimento.
Assim, como mãe protetora, a mulher dirige aos filhos amados os seus cuidados e atenções. Este mesmo sentimento acontece em um nível mais ampliado, na caminhada da luta feminina.
Teremos como referência, mulheres famosas de cabo verde. As suas lutas não são diferentes das batalhas das mulheres do povo. Como artistas são projetadas mais longe e mais alto, mas sofreram em igual medida ao mesmos preconceitos e discriminações em sua trajetória de vida.
Venceram barreiras, sentiram agruras, mas caminharam, lutaram, por vezes feridas na alma, mas em nome de sua realização não desistiram, e como prêmio chegaram ao reconhecimento e valorização de suas artes.
Descreveremos em seguida, os setores do nosso enredo, que revela de forma artística a caminhada das valorosas mulheres destas dez ilhas, cada uma com sua cultura, cada uma com sua beleza e suavidade que só a sensibilidade feminina é capaz de produzir.
Enredo - Samba Tropical
APOTEOSE DO CARNAVAL DO MINDELO: SETE RUAS, UMA HISTÓRIA
SINOPSE
“A CORTE DA ALEGRIA DESEMBARCA NA ILHA DA FOLIA”
Vinda de um lugar desconhecido, a Corte da Alegria desembarcou em Mindelo a cidade
capital cultural de Cabo Verde, sem imaginar que em Mindelo se fazia o maior espetáculo
a céu aberto, o maior teatro da rua. Desembarcaram na ilha, pensando trazer alegria aos
Mindelenses, em fazer um espetáculo da gargalhada e de brincadeira, sem no entanto
imaginar que iriam conhecer e entreter-se com o maior teatro da rua: o CARNAVAL.
Guias de Desfile
Disponíveis no dia do desfile
Músicas Oficiais
Cruzeiros do Norte
Música - Cruzeiros do Norte
CALDEIRÃO D`ATLÂNTICO!
TCHGÁ LI, TCHGÁ LI, BEM LI PRÊ LI OH OH
TEM VENT, AREIA, MAR E SOL
TCHGÁ LI, TCHGÁ LI, BEM LI PRÊ LI OH OH
NÔ TÁ NÁ MEI E NA CONTROL
TEM Q`ESTUDÁ BO NATUREZA, OH NHÁ POVO INTENTÔD
IMPREVISÍVEL BO EH, UM BARRA D´VULCÃO INFLAMÔD
D´SILÊNCIO D´UM SOM MELANCÓLICO E MORIBUND
NASCÊ LIGRIA E TERNURA D`UM HINO PÁ MUND
NÁ SABOR D`BO AMARGURA TEM GOSTOSURA D`BO PALADAR
D´VIDA RESILIENTE BO ESCREVÊ CRETCHÊU NÁ MEI D´MAR
ESPUMA BRANCA LIMPÁ BO ALMA E POESIA BEM PÁ CLÔRE
KUM SOTÁK CATIVANTE BO INXNÁ VIVÊ NÁ BO RAGÔCE
MELTING POT MELTING POT NHÁ CALDEIRÃO CULTURAL
BEM DOGÔD BEM DOGÔD K´UM CATCHUPA TROPICAL
CRUZEIROS DO NORTE TÁ BRILHANTE DE MIL LUZ
NÁ FAROL D’ATLÂNTICO K´MORABEZA D`GENTE D`CRUZ
N`ENCONTRE D’IMBIG T’CELEBRÁ VIDA NÔS KOLÁ SANJON
PILÁ FUNANÁ BATUQUE NÔ TENTÊ E CURÁ K’TERRA D`TCHON
NÁ RABOLO E RAMBÔIA NÔ ENLASSÁ E DANÇÁ NÔS LANDUM
FORMOSURA E BRAVURA OLI CAVALA E ARROZ K’ATUM!
PANO DI TERRA COSMOPOLITA Q`AROMA D´MEL D`CANA
K`SODAD SIMPLICIDAD D’CIZE CAB VERD E BANA
CLARIDOSO, D`BOCA DOCE, PALÊI EH BO BALUART
BÔS MÔN MELOD E CALEJOD TEM BELEZA D’BO ART
DEZ FIDJE D`ÁFRICA UNID NÁ FORÇA D`NÔS ESPIRT
OH VENTE MAU TERRA SÂB, OH LÊ, Ê LEMA E NÔS GRIT!!!
LETRA: Edson Oliveira (Sampé) / – MÚSICA: Edson Oliveira (Sampé), Ivan Medina e Vicente Neves (Tchenta)
Estrela do Mar
Música - Estrela do Mar
LOVE TERRA
ALERTA CARNAVAL D’MINDEL
EDM IN DA HOUSE
UMTOM SBO Ê COND DEL
BEM NÔ DÁ UM KTAUSE
SEM IMPÓD NEM PENALT
BEM NÔ SAMBÁ NESS ASFALT
BEM NÔ GRITA PONT FINAL
TEM GENT Ê KRÊ ASSASINAL
NO DXPERTA P’ AQUECIMENT GLOBAL
OH TERRA OI TERRA
BÔS FIDJE Ê PECADOR
NÔ SABÊ KÊS FAZEB GUERRA
MA PLEASE DÁ NÔS BÔ CÔL D PERDÃO E AMOR
TERRA, TERRA NÔS VERDE POMAR
ABRI ALA TXÁ PASSÁ, OLI ESTRELA DO MAR
JA TABOM D AGREDI ATMOSFERA
OH MNINTXE ESS KOSA Ê DVERA
(BO T INTENDENÊ)
OH BRODA S‘UM CONTOB BÔ T CORRÊ
CIENTISTAS JA DZÊ: PLANETA PODÊ MORRÊ
SE NÔ KA MUDÁ, REPENSÁ, RECICLÁ
CED Ô TARDE KA TEM HIPSE
TA RESTA SÔ APOCALIPSE
E URGENT NÔ MUDA DE ATITUDE
ANTES DESS MAR NÊGR TXGÁ NE GUTE
NÔ KA PODÊ MARIMBÁ PA CAVALA KA FGI D NÔS MAR
E URGENT NÔ MUDA DE ATITUDE
ANTES DESS MAR NEGRO TXGA LÁ NE GUTE
NÔ KA PODE MARIMBÁ PA CAVALA KA FGI D NÔS MAR
Lírica : Emanuel Ribeiro
Música de Yanick Mnteiro (Yackas)
Flores do Mindelo
Música - Flores do Mindelo
LETRA “DESTINE TRASSOD”:
Ben aventurá num fantástiku show da vida
Num viagem d`África p’Amazónia.
Flores d`Mindelo, kaptôn dese valer
Jal trassá se rume num grito d´Áriah,
Kond ê navegôd k´destine trassod
Ka tem tempestade ê ktá travob.
Jequitibá á vista, pa mostrá
K´no presizá resiklá nos mente, txá terra k´sê semente.
Yanomami ta da kej passe
Pa agradesê o quê ke mãe natureza tá oferesê,
Humanidade kre mudá kompasse
Pe destruição d`nos Hileia.
Guerreira indígena, batê ke pê na txôn
k´arka e flexa na mon, ta brassá se terra.
Pajé mandá oxigienio pe ruas d´morada
Quê aoje nox kuração ta tôfe,
Arara dá kel subiu d´love pa nos onça pintada,
Abri asa berbuleta, no txal vuá.
Oie vive na melôn, Kuidôd nej piranha,
Nos karnaval tem venene d´surucucu pico-de-jaca,
El ta fazeb tremê nene, li katem nhé-nhé-nhé.
Ru ra, ru ra Áriah
Ru ra, ru ra Áriah
Letra e Composição: Gai Dias
Monte Sossego
Música - Monte Sossego
CELEBRÁ TERRA D’INDIO
ERA UMA VEZ, ERA UMA VEZ,
UM BAIRRO Q’ES TA TXEMA TERRA D’INDIO
SÊS MURALHA ERA UM GRANDE TAPÊTE D’TERRA BRUMEDJA
TUD QUEM PASSÁ LA, ERA BRINDÓDE C’SÊ CANÊLERA BURMEDJE
NA NÔS TERRA D’INDIO CA TA LEVÓDE NEM ABUSO NEM DESAFOR
LA TINHA GRANDE FUTEBOL, TEATRO MA TOCATINA ERA QUEL ROTINA
QUES FESTANÇA LA NA JOM D’ROME, DIVERSÃO ERA GARANTID
NHÔ RICÓRDE MA DJÔ PRERA, GUARDIÕES D’CORTESIAS DO REINO
LEMBRÁ MANHE ANA, BLADA MA BETONA, DJÔ TIURÍA MA NHÔ BILUCA
HÔ TONTE GENTE D’MONTE SOSSEGO, GENTE D’GRANDE VALOR E RESPEITO
BEJA, BRODA, TI AIS OU NHA MERCI, Q’NUNCA TXA TRISTEZA REINÁ
MINDEL BEM MA NÔS, NÔ BEM CONCHÊ TUD ESS VIVÉNCIA
ESTORIA D’ESS PÔVO LUTADOR, RESILIENTE, CALEJÓDE MA VALENTE MESTRIA D’SES GENTE VENCEDOR, PERSPICÁCIA D’SES MENTE CRIADOR
BEM SONCENTE NÔ BEM CELEBRA, FESTEJA MAS ESSE CARNAVAL
PEDRA QUE PASSÁ PA NÔS PADIOLA, TA VRÁ PEDRA PRECIOSA
FORJÓDE LA NA NHÔ GRIGOR, MOLDÓDE LA NA JOM FLINER
INDIAS LINDAS SEMPRE NÔ TIVE, NÔ DAS VALOR NÔ DAS RESPEITO
PA QUEM FALTAS C’RAZÃO, ESQUADRÃO DE BITIM TA IMPARAS NA PEITO
TERRA BRUMÉDJA VRÁ NÔS TALISMÁ, NÔS TERRA D’INDIO CRIÁ
NASCÊ GRANDE NAÇAO MONTSU, MAJESTOSO NA CARNAVAL
LIMPA CANELA N’ENTRADA D’MORADA, NUNCA FOI COMPLÉX PA NÔS
ERA SÔ UM SINAL D’NÔS PAZ, UM RECOLHER D’NÔS MATXÓDE D’GERRA
INDIA TXEGÁ LI DE FAVOR, MOSTRÁ SONCENTE TUD BÔ VALOR
NA MORADA NA QUALQUER BERADA, BÔ Q’Ê NÔS MUSA NÔS RAINHA MÒR
BÔ GINGAR Ê SEDUTOR, PA INSPIRÁ QUALQUER PINTOR
E CONDE BÔ T’ENTRA NA PARADA, MONTE CARA TE TREME QUEXADA
BAIRRO Ê TERRA D’INDIO, COMP D’BITIM Ê TERRA D’INDIO
CRRAL D’BOI Ê TERRA D’INDIO, OLTE D’CASA D’AGA Ê TERRA D’INDIO
ÓLTO D’BOMBA Ê TERRA D’INDIO, CAVOK BRUMEDJE Ê TERRA D’INDIO
TRAS D’SUMTER Ê TERRA D’INDIO, FUND DE NOVA MOKA Ê TERRA D’INDIO
VNIDA D’HOLANDA Ê TERRA D’INDIO, NOS TUD Ê TERRA D’INDIO
Constantino Cardoso /Montsú /Carnaval Mindelo 2025
Vindos do Oriente
Música - Vindos do Oriente
SE CARNAVAL ERA GENTE
(Jotacê & Anísio Rodrigues)
Zbi na tôc Cab Verde
consagrá bôs amdjêr
Bem tchá clóre q’sês lugar
ê ondê qu’ês quiser
Sês ventre sagród
gerá êss nação
E êss pôv fui bençuód
c’amor na coração
Desde primeira hora
de primêr moment
C’sês força pa lutá
pa suportá sofriment
De batalha em batalha
ês fui fundamental
Pa nô bradá INDEPENDÊNCIA
num grito triunfal
DE SINTANTON A BRAVA
NA TUD PALAVRA D’NÔS HINO
PARTE MÁS BNIT D’NÔS HISTÓRIA
Ê CANTÓD NA FEMININO
Na tud profissão
Êl conquista igualdade
Ta impô respeit
E mostral na sociedade
Oia se valor
Na luta de dia-a-dia
Poderosa, fabulosa
Hoje olil na folia
Bambúd mnin na costa
ta cutchi midje na plôn
Oial na palco d’mund inter
ta brilhá c’pê na tchôn
Num vibe cativante
num flow envolvente
Ê Vindos d’Oriente pa bem mostrá
se Carnaval era gente
SE CARNAVAL ERA GENTE
ÊL ERA UM CRIOLA DESAFORADA, ILUMINADA,
ENCANTADA
SE CARNAVAL ERA GENTE
ÊL ERA UM ESTOCADA D’AMDJÊR
TA DOMINÁ MUND INTÊR
Samba Tropical
Música - Samba Tropical
TCHÁ BEM FOLIA
(Jotacê & Anísio Rodrigues)
Bô Alma ê d’ Alegria, bô Espirt ê d’Folia
Paixão pa Carnaval ê bô cordão umbilical
Mindêl, bô felicidade ê raiz d’bô identidade
Tradição e bôs c’stume ta pôb panela na lume
Samba Tropical bem nascê
Na coração d’bô rua más bela
E nunca nô tchób esmorecê
Nôs Eterna Passarela
Bôs artista, bôs criador
Foi quem construí bô história
Temp antig d’glória e esplendôr
Fcá gente gravód na memória
Era um rambóia pegód
na Tolentine e Tôi Bintim
Tinha Maskrinha n’Eden Park
e quêl sabura era sem fim
Hôj bô Estrela ê um Cruzeiro
lá na Cêu e Mar
Terra d’Indio espaiá sê charme
na Luz d’Luar
Colorid d’bôs Flôr cada dia más bnit
Bô Oriente reluzente
ta fazêb S’nhá sem Limit
TCHÁ BEM
TCHÁ BEM LÁ
TCHÁ BEM ALEGRIA
TCHÁ BEM NA ILHA D’FOLIA
TCHÁ BEM
TCHÁ BEM LÁ
TCHÁ BEM CARNAVAL
TCHÁ BEM SAMBA TROPICAL
FICHA TÉCNICA
Letra & Música – Jotacê & Anísio Rodrigues
Lead Vocal – Anísio Rodrigues
Coros – Yannick Oliveira, Gisney e Liriel
Cavaquinho – Djony do Cavaco
Percussão Geral – Edir Brito
Viola Baixo – Elias Bass
Guitarra – Ivan Medina
Violões – Ivan Medina
Sopros – Ivan Medina
Teclado – Ivan Medina
Direção Musical – Anísio Rodrigues
Arranjos & Produção – Ivan Medina, Anisio Rodrigues e Edir Brito
Mixagem & Masterização – Ivan Medina
CV Studio Creative Hub
DoctorBeatz Productions
Mindelo – 2025